"Vou morrer se ficar aqui": a provação de Nahima, uma adolescente presa numa rede de prostituição desde os 14 anos
A armadilha da prostituição se fechou sobre Nahima aos 14 anos e meio. Agora livre, a jovem de 19 anos relata sua luta. Apesar das denúncias, nenhum dos cafetões de Nahima foi identificado até o momento.
Com apenas 14 anos e meio, ela conheceu uma jovem no Instagram. " Foi meu primeiro telefonema, nos tornamos amigas e eu não desconfiei de nada ", lembra. Rapidamente, esse relacionamento se transformou em uma armadilha: para melhor manipular a adolescente, vulnerável e marcada pela ausência paterna, o casamenteiro a fez fumar crack e maconha. " Rapidamente me viciei nessas substâncias ", confessa.
Sob sua influência, Nahima foi então entregue a verdadeiros cafetões. Um certo Abdou e outros homens a instalaram em um apartamento, a espancaram, a drogaram, a estupraram e a forçaram à prostituição. " Eles ameaçaram agredir minha família, cujo endereço sabiam, se eu falasse, e me esperaram em frente à escola para me fazer 'trabalhar' depois ", conta ela.
Apesar do medo, a adolescente conseguiu escapar. Durante um ano, recebeu ameaças assustadoras: " Você vai ver o que acontece, nós não esquecemos. " Mas seu calvário recomeçou quando foi capturada por jovens com quem se relacionava, próximas à mesma rede. " Foi durante uma festa de R&B para onde me levaram, em Montpellier, que tudo degenerou ", explica. Os cafetões a alcançaram e a humilharam: " Você vai ser uma prostituta a vida toda, não vai escapar da gente assim ", diziam.
Sob a influência deles, Nahima mergulha de volta no inferno. Doses de álcool, ecstasy, cocaína, cannabis: " Eu não era mais eu mesma ", diz ela. […]
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